quarta-feira, 11 de julho de 2012

SACI-PERERÉ

“ SACI-PERERÉ ” É uma lenda contada no Rio Grande do Sul. É um negrinho pequeno, com uma perna só, carapuça vermelha na cabeça, que o faz encantado, ágil, astuto, atrevido, gosta de fumar cachimbo, de entrançar as crinas dos animais, depois de extenuá-los em correrias, durante a noite, anuncia-se pelo assobio persistente e misterioso, inlocalizável e assombrador. Não atravessa água como todos os “ encantados ”, diverte-se, criando dificuldades domésticas, apagando o fogo, queimando os alimentos, espantando o gado, espavorindo os viajantes nos caminhos solitários. O negrinho buliçoso, visível ou invisível, troçando de todos, também aparece no folclore português. Diz a crendice popular que, o saci-pererê aparece e desaparece no meio de um corrupio de vento e que para apanhá-lo, basta usar um rosário ou uma peneira ou ainda dar três nós num pedaço de palha. Conta-se o seguinte caso para ilustrar as peraltices do negrinho: Uma preta velha tinha por costume, preparar três cachimbos após o jantar. Um ela pitava enquanto terminava de arrumar a cozinha, o segundo pitava enquanto descansava dos afazeres do dia na porta do barracão e o terceiro, pitava após lavar os pés para deitar-se. A velha, contudo, começou a observar que todas as vezes que ia pitar o terceiro cachimbo, que deixava sempre sobre o fogão de lenha, ele estava pela metade. Um dia, ela resolveu ficar a espreita, a noite já ia alta, quando apareceu o saci, sentou-se na beirada do fogão e passou a cachimbar gostosamente. A velha resolveu dar-lhe um castigo, encheu de pólvora o cachimbo e colocou alguns fiapos de fumo em cima da pólvora para que ele não se apercebesse. À noite chegou o saci-pererê, acendeu o cachimbo com uma brasa do fogão, não demorou muito e foi aquele estouro. A velha ainda tentou pegá-lo, mas mesmo atordoado, o negrinho conseguiu fugir pela janela, porém, nunca mais apareceu para fumar o cachimbo da velha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário